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A CORAGEM DE NÃO AGRADAR de Ichiro Kishimi e Fumitake Koga

A coragem de não agradar é um livro que vai mudar o modo que você encara a vida. Ponto. E você TEM que ler esse livro.


Queridos Bibliófilos, queridas bibliófilas! Bem-vindos ao canal Ler é Verbo. Canal de quem é apaixonado por livros e escrita.


Hoje vamos falar de um livro excelente, talvez um dos melhores que já li do gênero. Não sei se o coloco como auto-ajuda ou como filosofia ou como psicologia, talvez um pouco de cada. Mas se eu fosse recomendar apenas um livro para você ler em uma dessas três áreas, com certeza esse seria o livro.


O link para você comprar o livro está aqui ao lado e é baratinho!


A coragem de não agradar foi escrito por Ichiro Kishimi e Fumitake Koga. Ichiro é um psicólogo e Fumitake é um filósofo, ambos japoneses. Eles resolveram escrever sobre o conhecimento de Adler, um psicólogo austríaco e o livro tem a forma dos diálogo de Platão.


Parece complicado falando assim, mas não é. O texto é em forma de diálogo, ou escrita de mestre, e é bem simples, de fácil entendimento. A estrutura do livro é um aluno que tem um problema pessoal e faz várias perguntas a um professor. Perguntas sobre a vida em geral, sobre a felicidade, sobre futuro, dúvidas, angústias... O aluno é como se fôssemos nós, os leitores, e o professor. Adler, o psicólogo.


Porém, antes de entrarmos no conteúdo, vamos conhecer mais sobre o livro e sobre Adler. O livro já vendeu mais de três milhões de exemplares ao redor do mundo e, aqui pelo Kindle, dá pra ver que já foram 1.564 trechos, destacados mais de 187 mil vezes. Ou seja... esse livro tem algo a dizer.


A coragem de não agradar é sobre a filosofia e estudos na área de psicologia de Alfred Adler. Alfred Adler formou-se em medicina, psicologia e filosofia pela universidade de Viena. Trabalhou com Freud realizando pesquisas no campo da psicanálise, mas desligou-se dele por não concordar com suas ideias. Ao lado de Freud e Jung, Adler foi o terceiro expoente famoso da psicologia austríaca, que ninguém ouviu falar. Ele é o fundador da psicologia do desenvolvimento individual.


Os recentes livros de auto-ajuda, como fazer amigos e influenciar pessoas, a arte de ligar o foda-se e muitos outros, são baseados nesse ramo da psicologia.


O livro vem justamente mostrar, na prática, como é a aplicação do pensamento de Adler. A história é divida em cinco “noites”, em cada uma dessas noites dá-se uma conversa entre o jovem e o professor. Não são temáticas, mas é meio que divido em assuntos. A primeira noite se chama “Negue o trauma” e acredito que este começo é intencionalmente impactante. Eles já chegam com o pé na porta. Porque Adler inverte nossa lógica de pensamento, que é muito baseada em Freud. Ou seja, causa e efeito.


O que é negar o trauma? Bom, se você teve um grande trauma no passado, o efeito dele é justamente o que te atrapalha no presente. Causa e efeito. Você não vai conseguir seguir em frente a não ser que acesse esse trauma e trabalhe com ele. Isso é o que Freud dizia e o que eu achava até então. Mas Adler não acredita nisso. Ele não acredita em trauma. Ele não acha que um evento no passado determina o nosso presente. Ele não acredita nem mesmo que trauma exista. Mas sim a história que contamos sobre esse fato é o que determina o nosso presente.


“Nenhuma experiência é, em si, a causa de nosso sucesso ou fracasso. Nós não sofremos do choque de nossas experiências – o chamado trauma –, mas o transformamos em algo que atende aos nossos propósitos. Não somos determinados por nossas experiências, mas o sentido que damos a elas é autodeterminante.”

Então se conto para mim mesmo a história de que não consigo fazer determinada coisa, por causa de um trauma que eu vivi, essa história é real, não o trauma. O trauma é passado, é impossível acessá-lo ou mudá-lo, pois o passado já não existe mais. O que existe é o presente. Então o que devo fazer? Mudar o presente, negar o trauma e mudar a história que conto a mim mesmo para, dessa forma, mudar minha vida.


Um exemplo simples. Uma menina fica vermelha ao falar com um garoto que ela gosta. Aí ela fala que não vai falar com o garoto até superar esse trauma, ou seja, até parar de ficar vermelha. Mas na verdade ela fica vermelha para não falar com o garoto. É uma desculpa que ela usa para não se sentir rejeitada, caso o garoto não queira nada com ela. Então ela conta essa história, mas a causa disso é inversa. Ao perceber isso, você começa a ver várias histórias que você conta a si mesmo que não são verdadeiras, são apenas formas cômodas para você ficar no mesmo lugar, ou pior, você tem medo.


Medo de não agradar outras pessoas, medo de ser rejeitado, medo de não encaixar. O livro também nos mostra que os nossos medos sempre têm uma causa “social”. É sempre em relação à outras pessoas. E o grande desafio é justamente ter coragem de não agradar. A psicologia adleriana é uma psicologia da coragem. Sua infelicidade não pode ser atribuída ao seu passado ou ao ambiente atual. O que lhe falta é a coragem de ser feliz.


“Não se deve viver para satisfazer a expectativa de outra pessoas, pois isso não é necessário. Você é responsável pelas suas ações e isso já é o suficiente. Você não tem ingerência sobre as ações, pensamentos, sentimentos dos outros.”

Parece óbvio né? Mas nem sempre conseguimos seguir dessa forma. Falo por mim mesmo. “Meu Deus, o que será que os outros vão pensar de mim?” Bem, não temos controle algum sobre isso. Temos que ter, novamente, coragem de não agradar.


Diria também que a filosofia adleriana é uma filosofia da responsabilidade. Cabe a você ser feliz. Não adianta por a culpa em mais ninguém, no passado, em um parente, em um amigo, no sol, na chuva… nada… nada disso importa, pois você não é responsável por nada disso… somente por você. Como diria o Mestre Marcelo Rio Branco: “A vida tem um custo e este custo é seu.


Então as palavras são responsabilidade e coragem. Coragem para tomar uma atitude, uma ação, e responsabilidade para viver com as consequências do seus atos.


Bom, é claro que o livro é muito mais do que isso. Eles ainda abordam o tema da liberdade, felicidade, comunidade, valor, reconhecimento… e todos esses conceitos são literalmente invertidos, são entendimentos que foram colocados de ponta cabeça, de trás para frente, muito interessante.


Por isso disse, vale a leitura desse livro. Eu mesmo vou ler novamente, porque a coragem de não agradar é libertadora.


Pois é, meu irmão, é isso, espero que tenha gostado. Lembre-se de se inscrever no canal LER É VERBO para não perder nenhuma atualização!


Um grande abraço, até a próxima, boa sorte e valeu!

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