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NOITES BRANCAS de Fiódor Dostoiévski




Estamos aqui com o Noites Brancas de Dostoiévski, da Editora 34, com tradução de Nivaldo dos Santos. Posso estar enganado, mas acho que a editora 34 foi a primeira a traduzir Dostô direto do Russo. O fato é que já li Crime e Castigo e os Irmãos Karamázov desta mesma editora e são muito bons.


Dostoiévski é o meu TOP 2 autor preferido. Só perde pro Machado de Assis… e olha… que se Dostoiévski tivesse escrito em português, acredito que o páreo teria sido duro pro Assis… de qualquer forma, considero este o melhor autor Russo e, na minha opinião o (2º) melhor autor de todos os tempos de qualquer língua. Mas por que, Fred? Cara… primeiro que ele é muito inteligente. Um exemplo tirado dos irmãos karamázov, em determinado momento da história, um irmão está em um tribunal e tem que se defender. A peça que Dostoiévski escreveu, como se fosse um advogado, é incrível. Em todos os meus anos de Direito e de prática jurídica, acredito que vi uma ou duas peças assim… literalmente. E o autor é de uma humanidade e de um entendimento das relações humanas fora do comum.


Mas e este livro? Este livro é um grande mistério. Ele é quase um conto, é uma novela, um livro fininho que você lê em uma sentada. Acompanhamos a história de um personagem que mora em São Petesburgo. Um pobre coitado, solitário, sem amores em sua vida. Na primeira noite ele esbarra com uma jovem mulher e nas noites subsequentes eles se encontram. Eles se apaixonam, mas tem uma pequena reviravolta na história e ele continua sozinho. Um texto que conversa com o movimento do romantismo Russo. Mas o que não entendemos é o momento que Dostoiévski escreveu esta história. A Russa atravessava uma fase realista e os escritos românticos eram muito criticados.


Contudo, acho que essa obra é realista sim e se encaixa ao movimento da época. Mas como? Porque a obra toda é um sonho. Um sonho de um cidadão comum (tão comum que não tem nem nome), que, alheio a movimentos literários, só deseja um amor. E até mesmo em sonho, ele é miserável de não conseguir. Então, como Dostoiévski iria descrever um ser romântico em seu sonho sem usar tal linguagem? Se você considera que tudo é foi um sonho, vários aspectos da obra sustentam esse pensamento. A cidade parece se mexer no começo do livro, o sentimento de que as pessoas estão abandonando suas casas e indo para o campo, as imagens fantasmagóricas com a lua branca, deixando tudo branco… e no final do livro… ele acorda. Acorda para uma vida dura e comum, bem real, assim como seu sonho.


Bom, fica aqui a indicação desse livrinho livrão, e, vai por mim, Dostoiévski é o cara. Comece por Crime e Castigo e depois leia qualquer um, prometo que você não vai se arrepender.




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