O artigo original foi retirado do blog da autora Jody Hedlund, mas à esse aqui foi adicionado mais conteúdo.
O importante desse checklist é você encarar a cena escrita como uma cena visual. Você fazer o leitor visualizar a história. É a capacidade de escrever o que está acontecendo. Assim como uma cena de filme. Um ótimo exercício é escolher uma cena de qualquer programa de tv, filme ou seriado e escrever. Será que o que está na tela você consegue colocar no papel?
CHECKLIST
1. Hora e Data: A autora sugere para sempre colocarmos a hora e a data da cena no topo de cada lista de verificação. Isso ajuda a acompanhar o andamento da história, para não ter metade do livro acontecendo em um dia e depois apressar o resto. Também mantém o timing dos eventos realista. Geralmente, se apaixonar, por exemplo, leva tempo. Às vezes não dá pra se apaixonar em dois dias. É necessário duas semanas (embora muita coisa possa acontecer). O clima da hora e da data é importante também. Que luz entra pela janela? É calor, frio? Chove? Isso impacta diretamente na roupa e na atitudes dos personagens. 2. POV (ponto de vista): A próxima coisa que ela sugere é em qual ponto de vista a cena está escrita? Pergunte: Qual o ponto de vista tem o maior impacto para a cena?
Ao acompanhar o ponto de vista, pode-se ver que foram quatro cenas seguidas no ponto de vista da heroína e que foi negligenciado o ponto de vista do herói, por exemplo. Ou, se não há motivos suficientes para trocar de ponto de vista, deve-se começar a se perguntar: por quê? Não se está dando a cada um dos pensamentos internos dos personagens principais o mesmo peso? Um dos arcos da história é mais fraco? Se sim, o que posso fazer para equilibrar melhor isso? 3. Local e Configuração: Onde a cena ocorre e qual a configuração espacial? Vale fazer uma breve descrição. Em nossas histórias não somos limitados por restrições financeiras ou artísticas ao decidir onde nossos personagens vivem a cena. Podemos colocá-los em qualquer lugar. Podemos adicionar a variedade que quisermos de elementos. Em vez de ter metade de nossas cenas na sala de jantar ou no quarto, podemos movê-las por todo o lugar e tornar as coisas interessantes para nossos personagens (e para nossos leitores). É apertado? Há móveis? É suntuoso? O local diz muito sobre a história, sobre os personagens e ajuda o leitor a ambientar sua imaginação. 4. Detalhes sensoriais: É importante você visitar a cena, o espaço onde está sendo desenvolvida a trama e tentar pensar em quais visões, cheiros, gostos, texturas e sons podem ali se encontrarem. Que outros detalhes podem ajudar a definir o clima da cena? Qual o sentimento o local evoca? 5. Objetivos da cena: Finalmente, depois de estabelecer o básico da cena, a autora começa a fazer uma lista dos objetivos da história que se espera alcançar com cena.
Deveríamos ter como objetivo incorporar apenas as coisas em nossas histórias que têm um propósito. O propósito de cada palavra escrita é avançar a trama. Por isso os objetivos de cena podem envolver, por exemplo, aprimorar o tema, desenvolver os personagens, apresentar um problema ou resolver um solução.
Não se limite a este checklist. É normal e até sadio as coisas mudarem. A história tomar vida própria. Mas os objetivos são importantes para mater o alvo. Para concluir a autora cita que uma das vantagens de escrever por cenas é evitar ficar impressionado com a enormidade de trabalho que é escrever um livro. Uma cena de cada vez e cada cena construída sobre a anterior, para que lentamente o livro se forme. Claro que tudo o que falamos aqui não é certo ou errado. É apenas uma ajuda, um lembrete que pode adicionar mais elementos e enriquecer o seu trabalho. Outro exercício legal é pegar um livro e tentar identificar as cenas. No Entrevista com o Vampiro, por exemplo, a primeira cena se desenvolve com outras cenas dentro daquela mesma cena. Cena dentro da cena… olha que legal.
Bom, fica a dica aqui do checklist e vamos com tudo, escrever até morrer!
Um abraço, boa sorte e até a próxima! Valeu!