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O PROBLEMA DOS TRÊS CORPOS de Cixin Liu.


O PROBLEMA DOS TRÊS CORPOS e Cixin Liu foi o vencedor do prêmio Hugo de literatura de 2015. O prêmio Hugo é um reconhecimento para o melhor trabalho de fantasia ou ficção científica do ano. Cixin Liu Foi o primeiro chinês a ser contemplado. Realmente merecido, pois o livro é muito bom. Cixin Liu nasceu em 1963 e atravessou, enquanto criança, a revolução cultural chinesa. Recebeu treinamento técnico na Universidade de Conservação de Água e Energia Elétrica do Norte da China, graduando-se em 1988. E depois ele trabalhou como engenheiro de computação para uma usina elétrica. Sua biografia é importante para sua obra. Legal, né? Ver como a vida da pessoa está impressa no livro que ela escreve. O livro começa de uma maneira muito hardcore. No primeiro capítulo ele coloca o leitor no centro da revolução cultural chinesa. Mas assim, sem avisar nada. Eu mesmo tive que parar a leitura do primeiro capítulo, duas vezes, para conferir se estivera lendo o livro certo. Muito interessante, mas muito violento. Eu não sou expert na revolução cultural chinesa, mas pelo que percebi aboliram toda forma de conhecimento que não provinha do Estado. Então, já sabe, as universidades foram fechadas e seus professores cassados. A história segue a filha de um professor que viveu nesse período de revolução. Resumindo bastante temos que depois de muito sofrer essa menina vai trabalhar em uma base militar que possui uma antena gigante… e para não correr o risco de dar spoiler, segue a descrição da Amazon:

China, final dos anos 60. Enquanto o país inteiro está sendo devastado pela violência da Revolução Cultural, um pequeno grupo de astrofísicos, militares e engenheiros começa um projeto ultrassecreto envolvendo ondas sonoras e seres extraterrestres. Uma decisão tomada por um desses cientistas mudará para sempre o destino da humanidade e, cinquenta anos depois, uma civilização alienígena à beira do colapso planeja uma invasão. O problema dos três corpos é uma crônica da marcha humana em direção aos confins do universo. Uma clássica história de ficção científica, no melhor estilo de Arthur C. Clarke. Um jogo envolvente em que a humanidade tem tudo a perder.

Os humanos fazem contato com uma civilização alienígena e a forma como os extraterrestres são apresentados é muito legal, porque, de fato, eles não são apresentados. Em momento algum há uma descrição deles. Então como escrever sobre ETs sem mostrar os ETs? Através de um jogo de computador. É isso aí. Falando assim parece bobo, coisa de nerd. Mas não se engane! É muito legal! O autor também pega todo seu conhecimento de física, astrofísica, engenharia, partículas elementares, dimensões do universo e faz uma história bem criativa. O que é mais legal no livro é ver a história sair de um fato real, a revolução chinesa, e esse fato desencadear um encontro com uma outra civilização. Cixin mostra que, o que houve em 1960, ainda ecoa nas pessoas e a consequência de seus atos está presente nos dias de hoje e no futuro. Muito interessante.

Bem, livro de ficção científica é tudo de bom. Já está recomendado, recomendadíssimo! É chinês, é moderno, é brutal, é embasado cientificamente e a história é bem interessante e original. Vale muito à pena! Ele é o primeiro volume de uma trilogia, mas não há necessidade de ler os outros se não quiser.


É isso pessoal, espero que tenham gostado. Procure o podcast LER É VERBO, em qualquer tocador, para ouvir o que você leu aqui! Um abraço, boa sorte e até a próxima!

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