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Será o feito melhor que o não feito?

Atualizado: 20 de dez. de 2019




Marque a alternativa correta:


( ) O feito é melhor que o perfeito.

( ) O bom é inimigo do ótimo.


Queridos bibliófilos e queridas bibliófilas! Bem vindas a mais um episódio de LER É VERBO, o nosso canal de livros e escrita. Antes de começarmos, gostaria de dizer que este episódio também está em formato de podcast. Você pode achar o conteúdo ao procurar LER É VERBO no seu tocador preferido. Inclusive nosso Podcast entra em uma nova fase. Além do que vocês estão ouvindo aqui no YouTube, lá cada episódio tem muito mais conteúdo. Gostaria de pedir também pra você se inscrever no canal, pois assim você não perde nenhuma atualização.


Há 3 meses postei no YouTube um vídeo falando sobre um concurso que ia acontecer na Amazon. Eles pagariam 30.000 reais ao melhor livro com uma possibilidade de transformar sua história em uma série de TV.


Claro que sonhar é muito bom, mas é possível escrever um livro em três meses e ainda ganhar o concurso? Essa foi a pergunta que fiz, mas o problema não é a resposta, é a pergunta em si.


É claro que é possível. Possível muita coisa é. Mas é viável, para mim, escrever um livro em três meses e ainda ganhar o concurso? Aí cabe uma avaliação interna. Preciso ter um senso bem apurado da qualidade atual do meu trabalho e uma consciência precisa do meu workflow para poder responder essa pergunta


Comecei a escrever. Escrevi 10 mil palavras o que é mais ou menos 1/5 de um livro. Usei a técnica do James Patterson onde primeiro se escreve um resumo de cada capítulo, para se ter uma ideia de onde a história vai, e depois você desenvolve cada parágrafo até ter a história.


Depois de 10 mil palavras paralisei. A primeira coisa que percebi é que escrever apenas uma hora por dia seria insuficiente. Depois notei que tinha muitas dúvidas ao escrever e cheguei a conclusão que me faltavam ferramentas básicas para contar uma história. Foi uma auto-reflexão duríssima que acabei fazendo. Acreditei, sinceramente, que poderia escrever o livro e não me arrependo de ter começado a fazê-lo. Contudo, o que havia escrito estava diferente do que imaginava. As personagens estavam longe de serem legais e, apesar das coisas estarem claras na minha cabeça, no papel ficava tudo muito confuso.


Comecei a estudar técnicas e até lancei alguns vídeos aqui no canal sobre elas. E ai surgiu uma dúvida... o que fazer? Continuar a escrever e lançar o livro? ou parar tudo e voltar aos estudos? Devo fazer coisas e colocá-las no mundo, mesmo que não estejam ótimas ou devo me esmerar para fazer o excelente, mesmo que não faça muitas coisas?


Em outras palavras, qual pílula tomar? a do feito que é melhor que o perfeito ou a do bom que é inimigo do ótimo?


Meditando sobre essas filosofias percebi que não são opostas, mas sim complementares.


Para se escrever bem, não tem jeito, nem fórmula mágica, o lance é praticar. Todos os dias, várias horas por dia. É claro que os primeiros textos não serão iguais aos produzidos em 10 anos. Então neste momento, na hora da prática, do suor, da repetição, a filosofia empregada deve ser "O feito é melhor que o não feito". É melhor você ter algo a não ter nada. Rascunhar, treinar, ensaiar, suar, chorar, são verbos necessários ao crescimento do ofício.


Em um segundo momento, depois de muito praticar, chega o que os americanos chamam de "milestone", ou o marco. É aquele divisor de águas da carreira. É, no meu caso, um livro. O livro. Neste segundo momento, o livro feito não é melhor do que o não feito, porque o bom é inimigo do ótimo. Depois de tanto praticar, o seu talento deve ser posto à prova para inspirar. E, não sei quanto a vocês, mas não quero ter um trabalho de porco exposto por aí. Sei que o perfeito não existe, mas, em um marco da minha carreira, não posso simplesmente me contentar com o feito.


Depois desses dois momentos, do suor e das lágrimas, acredito que vem a total fusão das duas filosofias. Depois de tanto praticar e de se esforçar na busca do ótimo, a pessoa fica tão proficiente em algo que ela consegue fazer um ótimo trabalho sem perceber que está trabalhando duro. Aí sim, nesse momento, mas só aí, que o feito é amigo do ótimo. Quando há maestria, quando o mestre inspira ao criar. Quando a filosofia emana da própria pessoa e a criatividade expressa do sujeito é uma conexão direta com o próprio fluxo do universo. Mas até lá... muito som e muita fúria.


Por isso paralisei. Percebi que me faltava o básico: treino. Em três meses não conseguiria entregar um livro que eu me orgulhasse. Mas agora que percebi isso, voltei a escrever, com foco e vigor, pois sei o que preciso fazer. Preciso praticar, pois só assim, estarei preparado para fazer um ótimo trabalho no próximo Milestone da minha carreira.


Pessoal, por hoje é só. Lembre-se de curtir o vídeo e se inscrever no canal! Se quiser ler meus textos, onde pratico a escrita, vou ter o maior prazer em recebê-lo no site LERÉVERBO.COM. Todos os roteiros dos vídeos do canal são escritos lá. Até a próxima, um abraço e boa sorte.




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